domingo, 23 de janeiro de 2011

E o tempo.

As paredes não falam comigo. E o meu silêncio não me ajuda.
E o que me destrói é a sede e o cansaço. É a inutilidade das palavras. É a dor eterna.
E fico sentada à janela, à espera que passe o vento e mude a direcção dos meus sonhos, que me leve e me faça voar com as folhas do Outono.
E acordo com o seu uivar infeliz... não me responde de forma alguma.
E deixa-me sozinha à sua espera no silêncio. À espera de algo, que me ajude no meio da confusão em mim.
Procuro que me segures nos teus braços e não me deixes cair. E, constantemente, me deixas sozinha nas minhas lágrimas silenciosas. Ali junto a mim abandonas-me com as minhas lágrimas. Procuro uma brisa que me ajude a respirar e a fugir do sufoco deste quarto, que me faça viajar pelos céus imaginários, que me salve de ti e da tua ingenuidade dilacerante. Do que me fere. Da visão premonitória do futuro que passeia diante dos meus olhos. Da solidão que prevejo e das barreiras que só em sonhos se saltam. Do castelo do conto de fadas que não existe. Da pessoa que não és.
E fico sentada, no escuro. Até que uma brisa passe.

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