Esta minha, e ela me anuncia para já. Tenho coragem? Por enquanto
estou tendo: porque venho do sofrido longe, venho do inferno de amor mas
agora estou livre de ti. Venho do longe - de uma pesada ancestralidade.
Eu que venho da dor de viver. E não a quero mais. Quero a vibração do alegre.
Quero a isenção de Mozart. Mas quero também a inconseqüência. Liberdade?
é o meu último refúgio, forcei-me à liberdade e agüento-a não como um dom mas
com heroísmo: sou heroicamente livre.
Clarice Lispector
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